sábado, 29 de janeiro de 2011

Logo existe

Muito tempo e muita discussão depois da primeira versão, chegámos ao logotipo definitivo para o Paço. O portal exterior encimado pelo brasão com as armas reais proporciona uma imagem simples ao mesmo tempo que está  indelevelmente associado à casa desde os primeiros dias da sua existência, há mais ou menos de 500 anos. Deixámos de lado a ideia de termos a paisagem simbolizada no logo, a qual  é um dos aspectos marcantes da casa, por não se ter conseguido chegar a uma solução visual que agradasse a todos os que tinham voto na decisão de escolha.
As fotos já estão prontas, já fiz uma primeira triagem ontem à noite e espero concluir a tarefa da escolha das que irão para o site amanhã nas duas horas de viagem do Alfa Pendular a caminho de Lisboa. E passadas três semanas aí estará a primeira versão do site.
Continuando com mais arranjos exteriores de pormenor, hoje o Sr. Emídio com mais um ajudante fizeram um passeio de travessas de madeira entre o parque de estacionamento e o tanque de rega. Foi uma tarefa pesada, que começou logo às 8 da manhã com o corte a meio das travessas utilizando a moto-serra. É espantoso como estas sulipas, a maioria de madeira de eucalipto, algumas com mais de 40 anos, resistem ao tempo: são duríssimas e resistem estoicamente à corrente cortante, obrigando a que a meio da função eu tivesse que ir aguçar a dita e, por prevenção, comprar uma nova suplente; uma vez abertas pelo corte deixam ver um interior sem mácula, com a cor e as nervuras  típicas do eucalipto, sendo fácil prever que vão durar outro tantos anos. Hoje a maioria ficou já colocada no sítio, e que bem que ficaram. Este homem é mesmo um achado como trabalhar-faz-tudo: faz de tudo e bem, seja na horta, seja de serralheiro, de carpinteiro ou de pedreiro.
E já o sábado corria para a noite, com este sol de inverno a esconder-se ali ao lado do Monte da Sr.ª do Castelo, preguiçoso de correr mais um bom bocado de céu para se pôr por cima de Manhouce, como faz nos dias grandes, eis que toca a campainha a Licínia pronta para me oferecer meia dúzia de chouriças, fresquinhas, do seu porco morto há 15 dias, já com este tempo de fumeiro, prontas a contribuir para o enriquecimento do cozido à portuguesa feito com carnes e ingredientes de produção local.

Não fora as minhas origens beirãs, eu andaria estupefacto com a generosidade da vizinhança: ainda não tínhamos tido tempo de  esquecer o sabor das febras e do lombo do dito porco e já a Licínia aqui estava com a prova das chouriças, que ela própria fez a seguir à matança; e é o vinho novo, e são as batatas novas, e são as nabiças novas, é o garrafão do bagaço novo, é o mel da minha tia Arminda, é o franguinho caseiro de que se vai tirar as febras do peito para a menina Emma.
Haja saúde para aguentar tanta guloseima!